26 de set. de 2008

O Toque Verde

Não sei se meu tema de layout do twitter foi escolhido por que eu estava com essa idéia germinando na minha cabeça, mas só agora ela brotou. (Nota: parágrafo escrito com trocadilhos infames)

Parei pra pensar e descobri que parado apenas pensando não ia chegar a lugar algum. Então acabei pensando em movimento mesmo. Pensei na minha rotina de todos os dias. Desde o início do início: aquela piada infame, que diz que a primeira coisa que fazemos ao acordar todos os dias é abrir os olhos. De fato.

Quando abrimos os olhos de manhã, é porque estávamos dormindo. E dormimos em uma cama, com um colchão, que tem um lençol (às vezes). Dormimos com a cabeça em um travesseiro que tem uma fronha, e usando, opcionalmente, um cobertor ou lençol para nos aquecer.

Então levantamos. Desligamos o despertador (quando há um) e calçamos algo, ou então pisamos no chão mesmo, de madeira. Trocamos nosso pijama (leia-se "roupa para dormir" - quando há) pela roupa de sair de casa, ou então tomamos banho com água encanada e vamos pra cozinha tomar café.

Vou resumir pra chegar logo ao ponto.

Aí saímos de tênis ou sapato, andamos até o carro ou até o ponto de ônibus, chegamos em nosso local de trabalho ou estudo, sentamos em cadeiras manufaturadas e trabalhamos com instrumentos fabricados como computadores ou lápis e papel. A volta pra casa segue o caminho inverso da ida, no carro, ônibus, enfim, acaba o dia. E uma coisa ficou faltando nele.

Da forma como descrevi a rotina, é difícil perceber mesmo o que é. Mas você pode usar o título deste artigo pra te ajudar a pensar. Pense em todas as coisas que tocou, desde o momento em que acordou até a hora em que foi dormir. Seu pé, se não estava dentro de um calçado, pisou o chão frio e duro de seu apartamento ou casa. Sua mão não encostou senão em coisas para escrever, ou nas teclas de um teclado. Ou então na barra de segurança dos ônibus, no volante do carro, no cartão de débito ou no dinheiro pra pagar o almoço. Na sua carteira ou bolsa. Quando muito, encostamos em outras pessoas (o que é raro, por sinal). Faltou algo?

Nesse ponto do pensamento, eu estava na quase-paranóia. Veja: passamos semanas, até meses a fio, sem sequer tocar em qualquer vegetal. Uma florzinha ou folhinha que seja. Pense: há quanto tempo você não pisa em terra fresca? Ou se recosta em uma árvore? Senta ou pisa na grama? Se responder que foi há pouco tempo, parabéns: você é uma exceção. De minha parte, confesso que meus pés não vêem grama ou uma terra fresca (ou a areia da praia, de toda sorte) há muito.

Foi por isso que, ao desfolhar esta idéia há um tempo atrás, eu deliberadamente fui até o vegetal mais próximo e o toquei. Tá, coisa de louco, mas não se pode negar que praticamente tudo em que encostamos hoje foi feito por outras pessoas, ou vieram através de outras pessoas. Já com as que vieram da fábrica da mãe natureza, é quase nulo. E eu queria consertar isso o mais breve possível naquele momento. (leve trocadilho no parágrafo, e pra terminar, mais uma rima abaixo)

Por isso, salvemos o planeta (sem demagogia). Mas antes vamos acabar com essa hipocrisia, de que o planeta é de todos os países, mas os produtos fabricados no meu país têm que ter preço melhor. A unidade da humanidade é a única unanimidade inteligente. (rá!)

17 de set. de 2008