27 de jan. de 2006

Nonsensimos e Referências

Acabo de descobrir que meu último artigo foi o de número 50, ou o quinquagésimo, para adeptos dos ordinais. Média de 7,142857142857... (dízima periódica) artigos por mês, 0,238095238095... (outra dízima) por dia. Ou, em palavras menos matemáticas, um artigo a cada quatro vírgula dois dias.

Bem, essa introdução não teve nada a ver.

O fato é que eu escrevi quatro palavras, assim, do nada, só pra dar um movimento à minha única comunidade no orkut. Acabei fazendo um poeminha que eu achei bacana e vou colocar aqui. Ele remete ao artigo no qual eu falava da importância das lágrimas.

Ah. Olha o link aqui.

"Let there be light!"


Meio-a-meio

Canto
Tanto
Quanto
Pranto.


20 de jan. de 2006

... novecentos e dezesseis, um, dois.

Bem, como prometido para esta moça, um relato de mais um exercício para manter um nível saudável de insanidade.

Era um dia comum, num tempo comum quando eu ainda estudava na faculdade. Não sei se eu tava com pouca coisa pra fazer no dia, mas me lembro que era o meio de uma tarde comum também. Aquele dia estava comum demais. Então, resolvi contar os passos do portão do campus até o ponto de ônibus, só pra quebrar a rotina um pouco. Deve ter dado uns duzentos, não me lembro exatamente.

Gostei daquilo, e quando eu cheguei no ponto de ônibus, ao invés de parar e esperar, continuei. E continuei contando. Naquela hora, eu havia decidido medir a distância em passos da minha casa à faculdade.

No início, contei normalmente, de um em um. Assim, sendo, eu dizia mentalmente: "duzentos e vinte e três, duzentos e vinte e quatro, duzentos e vinte e cinco" e assim por diante. Mas a essa altura eu já estava um pouco aquecido, e meu ritmo de caminhada foi se tornando mais forte. Ficou difícil mentalizar esses números grandes, como "quatrocentos e quarenta e cinco", sem perder o ritmo, e ao mesmo tempo prestar atenção ao trânsito e ao caminho que eu estava fazendo.

Assim, resolvi contar somente a perna direita, de modo que eu contava apenas os números pares agora. "Quinhentos e vinte e dois, quinhentos e vinte e quatro, quinhentos e vinte e seis". Isso fazia com que eu tivesse o dobro do tempo pra pensar no tal número grande. Mas quando cheguei nos milhares, mesmo esse tempo dobrado se mostrou insuficiente, de modo que eu tive que desenvolver outro método de contagem.

O próximo passo -- sem trocadilhos -- era contar apenas as unidades. "Dois, quatro, seis, oito". Quando a dezena era completada, aí sim eu dizia o número inteiro. "Mil trezentos e quarenta". Porém, um número como "quatro mil seiscentos e oitenta" também era grande demais pra se pensar, e várias vezes eu tive de diminuir o ritmo a cada dez passos, porque eu não conseguia pensar nesse número todo antes de dar o passo número "dois" da dezena seguinte.

Assim, tirei o zero das dezenas. Ao invés de "cinco mil duzentos e setenta", era "quinhentos e vinte e sete". Poucas sílabas a menos, mas que faziam diferença o suficiente pra que eu tivesse tempo de contar sem perder as passadas.

Já no meu bairro, faltando pouco pra eu chegar em casa, não tinha problemas com esse último método, mas eu resolvi simplificar mesmo assim. As unidades só iam até dois, ao invés de quatro: "um, dois, um, dois". A vantagem era puramente psicológica: "um, dois, um, dois" funcionava como um mantra pra que eu mantivesse o ritmo da caminhada.

O grande problema do Método Avançado para Contagem de Passos em uma Caminhada era quando eu eventualmente parava de andar -- atravessei algumas avenidas grandes e tinha que esperar os carros passarem, ou o sinal de pedestre abrir. Eu precisava fazer cálculos pra não perder a conta de quantos passos eu já havia dado. Em uma das ocasiões, o sinal de pedestre abriu e todos se colocaram a atravessar a rua, menos eu, que devo ter ficado mais uns dois ou três segundos parado, até completar as contas, e aí sim retomar a caminhada.

Ao fim, cheguei no portão de fora do meu prédio à contagem de 9164 (nove mil, cento e sessenta e quatro) passos. Considerando mais ou menos um metro por passo, dado o ritmo da minha caminhada, era aproximadamente o que eu esperava, algo em torno de dez quilômetros. Devo ter andado a uma média de 5 a 7 quilômetros por hora, o que me leva a crer que gastei mais ou menos duas horas (contando paradas).

Duas horas muito bem gastas.

16 de jan. de 2006

Eu Preciso Chorar

Chorar não é sinal de fraqueza. Au countrair: o choro não só mostra firmeza de espírito como o fortelece. Explanemos.

Todos nós, mortais, cuja capacidade mais invejada pelos deuses é a de sentir emoções, temos naturalmente uma carga de tristeza para "usar" na nossa vida. Mais ou menos como se a gente tivesse que distribuir pontos negativos para as nossas habilidades -- pra usar um linguajar digno de RPG. Desafio qualquer deus ou humano a me indicar um único homem ou mulher que não teve uma boa dose de momentos ruins na vida. Mesmo que esta tenha sido curta.

Não é uma questão de pessimismo. Não que aqueles momentos em que tudo parece estar certo e no lugar sejam uma pura ilusão, não, claro que não. Estes são importantíssimos também, e são tão reais quanto o nosso próprio nariz. O ponto é ter consciência da nossa fatia cabisbaixa, e estar preparado para enfrentá-la.

Assim sendo, quem chora muito abaixo da média é porque cria uma falsa fortaleza ao seu redor. Um castelinho de areia. Há pessoas fortes, sem dúvida há. Mas mesmo essas ainda são humanas. E estão sujeitas às mazelas do mundo, da vida e do amor. Por isso, quem chora é que é forte: mostra que é humano. Que está preparado pra enfrentar qualquer revés. E que não tem vergonha de admitir a sua própria humanidade.

Há mais: quem fica sem chorar por muito tempo, invariavelmente vai minando seu próprio castelinho de areia. As ondas do mar, salgada como as lágrimas, vêm pouco a pouco escavando as bases, as fundações; a areia tenta em vão se sustentar e, de repente, a fortaleza tomba. E aí entra o lado humano novamente.

Talvez seja por esses motivos que há ocasiões nas quais choramos por um motivo besta. É a faxina do corpo impregnado.

Lágrimas... Apesar de salgadas como o mar, são limpas como a água de uma cachoeira. Lavam a alma. E é por essa razão que, às vezes, quando uma coisa muito ruim acontece na nossa vida, choramos, choramos e choramos até emagrecermos; e aí chega um momento em que o choro não vem mais. Como se as lágrimas tivessem secado. Mas é melhor encarar de outra forma: é como se já estivesse tudo limpo. Tanto é que, invariavelmente, quando o choro cessa, nos sentimos melhor. Mesmo que relutemos a admiti-lo.

Humanos que somos, choremos, pois. Afinal, se nos fosse poupada a tristeza, nos seria poupada também a alegria.

(...)
You know love will sometimes make you cry
So let the tears go they will flow away
For you know love will always let you fly
How far a heart can fly away

Amarantine
Amarantine
Amarantine
Love is always love
- Amarantine [Enya]


A Primeira Lei

Norte, Sul. Leste, Oeste.
Fogo, Água. Terra, Ar.

Yin, Yang.

Corpo, Alma. Razão, Coração.
Direita, Esquerda. Cima, baixo.

Amor, Tesão.

Movimento, Inércia. Ciência, Religião.
Cinética, Potencial. Luz, Escuridão.

Conservador, Liberal. Ficção, Real.
Princípio, Finalidade.

Pê, A. Bê, É.
(A guerra continua, o cabo se tensiona, mas ainda nada acontece.)

Ruim? Bom.

9 de jan. de 2006

O Encontro Inesperado na Partida do Trem das Quatro

Poc, poc, poc, poc, poc, poc...

- Arf, arf, arf...

Poc, poc, poc, poc -- piuíííííí -- poc poc...

- Ah! Arf arf arf arf!

Pocpocpocpocpocpoc -- tsssssss, chac, chac, cha-chac...

- Ei! Eeee!

Pocpocpocpoc poc poc, poc, poc... Poc... (cha-chac, cha-chac, cha-cha-chac, cha-cha...)

- Ah...

... BLEM.

- Ai ai.

Poc... Poc... Poc... Poc... BLEM! Poc... Poc... BLEM! Poc... POF!

- Ai!

- Oh!

BLEM!

...

(Sorrisos.)


6 de jan. de 2006

Sóbrio de viver, ébrio de amar

Eis que estava eu no computador, a ver como escrever meu nome em Tengwa, estilo Quenya, quando olhei para a prateleira acima e vi o meu livro do Álvaro de Campos.

Levantei de súbito, peguei-o, e abri em uma página aleatória.

Gostava de gostar de gostar.
Um momento... Dá-me de ali um cigarro,
Do maço em cima da mesa de cabeceira.
Continua... Dizias
Que no desenvolvimento da metafísica
De Kant a Hegel
Alguma coisa de perdeu.
Concordo em absoluto.
Estive realmente a ouvir.
Nundum amabam et amara amabam (Santo Agostinho).
Que coisa curiosa estas associações de idéias!
Estou fatigado de estar pensando em sentir outra coisa.
Obrigado. Deixa-me acender. Continua. Hegel...


Engraçado como são as forças místicas que regem o universo. "Não amava, mas ansiava por amar"...

4 de jan. de 2006

Expelliarmus

Após ler cinco livros e meio da mesma série em cerca de dois meses, e de uma animada conversa com um outro super fã da mesma série em uma mesa de bar, eu resolvi escrever sobre isso. Sem mais rodeios, em que casa eu ficaria se eu fosse estudar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts?

Pesquisei um pouco e fiz alguns testes que achei na Internet, que só confirmaram as minhas suspeitas: todos os testes disseram que eu seria um Corvinal. Ou um Ravenclaw, para os puristas.



De fato, as traduções só deixam a desejar nos nomes dos personagens e de alguns feitiços, mas de resto, me satisfiz. E olha que eu realmente sou purista em termos de tradução. Mas isso é nota de rodapé.

Pra início de conversa, a cor que eu mais gosto é azul. Indiscutível. Essa é uma daquelas certezas que eu tenho desde que me entendo por gente, uma coisa que jamais mudou ao longo da minha vida. E isso remete à Corvinal.

Quando à cor secundária, bem, devo admitir que entre ouro, prata, bronze e preto, eu gosto mais de prata, o que me jogaria para a Sonserina. Mas esse fato é amaciado pela descoberta de que eu seria mestiço, e não um puro-sangue, como agradaria a Salazar Slytherin. Descobri isso depois de uma breve entrevista com meus pais: minha mãe seria uma bruxa e pertenceria à Sonserina, e meu pai seria trouxa; minha avó materna seria trouxa e meu avô bruxo, provavelmente da Lufa-Lufa.

Depois, não sei por que razão estranha, muita gente me acha inteligente. É claro, não como a Hermione, pois não sou responsável com deveres e provas como deveria ser um Corvinal. Mas essa característica com certeza me colocaria na Corvinal também.

Aliás, a dúvida que acho que o Chapéu Seletor teria quando selecionasse a Hermione seria entre a Corvinal, por ela ser inteligente, ou Lufa-Lufa, por ela ser esforçada. Mas o chapéu é sábio, e escolheu a Grifinória por causa da potencial coragem que ela desenvolveria ao longo da série. Bem, que seja.

Bem, também possuo uma certa afeição pelo Prof. Flitwick, o diretor da Casa, e que ensina uma matéria legal também, Feitiços. Com certeza gosto mais dela do que de Transfiguração, minha segunda opção, e definitivamente mais que Poções (ugh) e Herbologia (argh). A Profa. Sprout é simpática, mas a matéria dela é péssima.

Fora que o Chapéu também leva em conta a escolha pessoal dos estudantes de primeiro ano: e eu -- e dessa vez não sei explicar porque -- escolheria a Corvinal.

E, finalmente, não me considero corajoso acima da média pra entrar numa Grifinória. Não sou ambicioso o suficiente para entrar numa Sonserina, e não sou um aluno tão aplicado assim pra entrar na Lufa-Lufa.

Assim, por ter algumas características necessárias e não ter outras para as outras casas, cheguei a conclusão de que seria colega da Cho Chang e da Luna Lovegood. Esta última que, por alguma razão tão esquisita quanto ela, me atrai...

Depois eu penso se seria parte do time de Quadribol da Corvinal ou não, e em que posição eu jogaria. Ou não. Meu vício-quase-dependência em J. K. Rowling talvez suma quando eu terminar de ler o "Half-Blood"... Porque tem "Alice no País das Maravilhas" e "Crime e Castigo" na fila.