30 de dez. de 2005

Reveirada

Legal essa idéia do reveillon. De que estamos saindo de uma época para entrar em outra. Numericamente falando, com certeza. Mas esse espírito que se eleva em todos, uma esperança de renovação, de que as coisas agora vão ser melhores. Uma esperança que todo ser humano tem, e que na época do reveillon parece que "sai" mais facilmente. Pois o que eu desejo pra mim, pra você e pra todos é que possamos fazê-lo sempre que precisarmos, e não somente na época do reveillon. Pensem comigo: se no reveillon somos tão capazes de alimentar nossas aspirações pelo futuro, porque não o somos durante o ano, quando as coisas parecem se perder, ou terminar?

... será que realmente não o somos?

De brinde, um pequeno trecho que relata o que houve há duas translações atrás - recheados de metáforas, naturalmente. E até o ano que vem...

(trilha sonora durante a confecção do artigo: Celtic Twilight 2 - 02- Bill Douglas - Highstep)

(...)
4- O quarto dia foi como o segundo. Dança, comida, bebida... Mas foi um pouco diferente. A saudade do castelo era maior, e o castelo parecia cada vez mais uma coisa atraente. Pessoas falavam de um evento que aconteceria no sétimo dia. Algo como um eclipse, ao qual os camponeses chamavam de "Reveirada". O caixeiro ficou pensando no que poderia ser aquilo.

5- No quinto dia, o caixeiro viu uma apresentação teatral dos camponeses. E ele adorou, claro. Afinal, ele gostava muito de representação. Era atraído por isso... O musical falava de um casal que teve que se separar devido à incredulidade do homem em relação a ele mesmo - ele a amava demais para que ela o merecesse. Violinos, harpas e gaitas de fole embalavam as danças e as cenas. O caixeiro sentiu-se emocionado com aquilo - o que pra ele era algo inexplicável - e sentiu uma lágrima rolar pelo seu rosto ao final da apresentação... Ele nunca havia sentido aquilo.

6- O sexto dia já estava no clima da Reveirada. Os camponeses começaram a enfeitar suas barracas com fitas brancas. A mulher dona da barraca na qual ele se hospedara lhe explicou que isso era pra que os feitiços do passado não recaiam sobre suas cabeças no futuro. Ele ficou pensando naquilo e, sem saber porque, arrumou uma pequena fita branca e amarrou em seu calcanhar.

7- Finalmente, a Reveirada chegava. Os camponeses nao dançavam nem cantavam nesse dia - eles acreditavam que isso poderia ser ruim para os deuses. O caixeiro, na companhia da hospitaleira mulher, fazia o mesmo que todos os camponeses: olhava para cima, admirando o eclipse. Era um momento único - a lua menor, Jo, se sobrepunha à lua maior, Bei. Atrás delas, uma estrela, Bra, as coroava. Um tríplice eclipse. De repente, algo interrompeu a admiração do caixeiro - o menino que lhe acordara no campo naquele dia havia caído no Lago do Espelho, que ficava atrás do Castelo Celeste. Sua mãe ficou perturbadíssima, e chorou. O caixeiro quis consolá-la, e conseguiu. E, juntos, os dois continuaram a admirar o eclipse. Mas o caixeiro ficou um pouco decepcionado, pois esperava que algo acontecesse com o Castelo naquela noite...

8- O caixeiro acordou de um pulo. Como se tivesse sido chamado, ele saiu de sua cama improvisada no chão com folhas de bananeira, saiu da barraca e olhou. Lá elas estavam. Ariel, Seraph e Kerub estavam sentadas na escadaria frontal do Castelo Celeste. Era isso o que ele esperava ontem, e aconteceu hoje... Sem saber porque, o caixeiro abriu um grande sorriso... E quando deu por si, já estava parado em frente às três moças. Quis perguntar onde está Tharsis, o coração, mas segurou sua pergunta - ele sabia que um dia a veria... Depois disso o dia transcorreu muito bem... Ele se sentia cada vez mais preparado para encarar os Quatro Entes... Ele finalmente veria Tharsis!
(...)
- O Caixeiro Viajante no Reino Celeste, cap. 3


Um comentário:

Anônimo disse...

cand my find!
¡saludos desde chile a ti! un beso muy fuerte!