4 de dez. de 2005

Tá grá agam ort

Vocês já devem ter percebido, caros compradores, que eu venho tecendo trapos recorrentes sobre música. Mexe e vira eu tenho escrito sobre uma música que eu ouvi, ou que me passou algo, ou alguma letra, essas coisas.

Portanto, não é de se espantar que eu venha falar exatamente disso agora.

Eu entrei numa loja de coisas esotéricas outro dia, na Savassi. Ela vende incensos, estatuetas, todo tipo de coisa que representa alguma filosofia oriental, e que, portanto, seja algo que nós ocidentais achamos transcendental. Cristais, fontes, bibelôs, figuras de deuses indianos, pequenos budas, florais, CDs... Opa!

Eu vi, na pilha de CDs, um conjunto de 6 álbuns, todos chamados Celtic Twilight. Me interessei, pois gosto de música celta. Bastante, até. Tirei um da pilha pra ver o preço na etiqueta. Trinta e oito reais. Trinta e oito! Cada um! Arre! Não comprei, é claro. Mas gravei o nome da série.

Cheguei em casa e a primeira coisa que fiz foi colocar os benditos pra baixar na Internet. A gente sempre acha esses álbuns completos na Internet facilmente. E dois dias se passaram até que o primeiro deles (que é o vol. 2) se completasse. Mas eu só pude ouvi-los (no sentido real e gostoso da palavra) hoje.

Eu estou... apaixonado. Não consigo parar de ouvir essas músicas. Flautas e gaitas de fole e violinos e percussões. Ora animados como uma festa em volta de uma fogueira num luau irlandês, ora melancólicos como uma donzela loira no alto de uma colina, com os cabelos ao vento olhando para o sul, como que acelerando a volta de seu amado guerreiro.

É como eu pensei certa vez. A música é uma das poucas coisas que o homem inventou que podem, ao mesmo tempo, tocar a alma, a mente, o corpo e o coração. Ar, água, terra e fogo, respectivamente...

No caso de música celta, ela me passa um sentimento diferente. Uma alegria calma, ou uma tranqüilidade alegre. Não é uma empolgação (Pink Floyd e, ultimamente, Fischerspooner), ou uma exteriorização (Rage Against The Machine), ou admiração (Fennesz, Björk).

Aliás, baixei também o novo CD da Enya, Amarantine. Só que eu ainda não ouvi, porque o Celtic Twilight não deixa.

(...) Elas estavam vestidas com uma túnica simples, as quais deixavam seus belos corpos bem realçados. Cada uma tinha uma cor. E também uma idade, aparentemente.

- Eu sou o corpo - disse a jovem, que estava ao centro.
- Eu sou a mente - disse a velha, que estava à direita.
- Eu sou o espírito - disse a criança, que estava à esquerda.

O caixeiro reparou que elas se vestiam com três das quatro cores da porta: branco, anil e azul. Sem saber porque, perguntou:

- Onde está o coração?
(...)
- O Caixeiro Viajante no Reino Celeste, cap. 1

2 comentários:

Gude disse...

Nah! Essa é pra extravasar e mandar tudo às favas! Not what happens with celtic music, you ulzbjtl!

Anônimo disse...

Mas ainda assim é muito importante, seu zfpdlu!