3 de mai. de 2010

A Ilha - Parte 5/6

Como primeiro ato em seu mandato, Danmoro Orinitas Ergartai, que agora seria chamado de Rei Gharod I, instituiu o livre comércio entre as cidades, declarou Jutta a capital por ser a cidade mais antiga e iniciou a construção de uma terceira cidade, a nordeste de Jutta, a qual batizou com o nome de Jinn, em homenagem a um dos primeiros-ministros humanos da república velha.

No continente, aquilo foi visto como um ato de insurreição para alguns e como um ato de grandeza para outros. No novo parlamento, composto apenas de elfos e humanos agora, as opiniões se dividiam exatamente como na sociedade. E o que era pior: apesar de todos estarem fechando os olhos para tal fato, a divisão que acontecia era claramente racial. Humanos apoiavam a manutenção da colônia de exploração, apoiado por alguns elfos conservadores, enquanto que a maioria dos elfos queria que as cidades tivesse representação no parlamento continental, ajudados por alguns humanos liberais.

Não era um confronto racial, a princípio, mas aos poucos foi se tornando um. Na população, os embates do parlamento se refletiam no descaso das raças uma com a outra. Um certo preconceito que nunca havia existido. A guerra ainda estava longe, a convivência era extremamente pacífica, mas o preconceito só aumentava. A ilha continuava sendo explorada devido ao impasse no parlamento, e o sentimento separatista crescia cada vez mais, acima dos conflitos raciais do continente. A população local se achava diferente, pois os humanos e elfos insulares não brigavam uns com os outros como os do continente.

Tal crescimento acabou por culminar na declaração de independência de Torom-Yidelm. O Rei Gharod I comunicou ao parlamento o fato, que, para evitar uma guerra, nada pode fazer senão acatar a decisão. Porém, o preconceito, antes racial, passou agora a ser internacional: pessoas da ilha eram maltratadas no continente e vice-versa. A partir daí, a relação entre as duas partes ficou estritamente no comércio, e assim permanece até hoje, quase que como uma guerra fria ao contrário, um tratado de paz que existia na prática mas nunca fora assinado.

E a partir daí, os registros históricos da Ilha de Torom-Yidelm só citam o continente algumas poucas vezes.

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