3 de mar. de 2010

Horbag Domenescu - Parte 1/4

Nota: Essa é a história de um personagem MAU. Você foi avisado.
Nota 2: O jogo é ambientado em Forgotten Realms.


Há dezenove anos, meus pais eram agricultores felizes em uma pequena aldeia em Vaasa, chamada Kuchtarg. Na verdade, não sei se "aldeia" é o termo correto: éramos umas trinta pessoas vivendo num reino pelo qual onde orcs e meio-orcs iam e vinham. Até alguns aventureiros maus vinham nos importunar. Ou seja, tínhamos de mudar de lugar de tempos em tempos, até que aventureiros chegassem perto demais e, antes que pudessem nos descobrir e vir em hordas nos saquear, mudaríamos.

O que era estranho é que éramos nômades, mas nos mantínhamos mais ou menos na mesma região, quando poderíamos ir mais longe. Ou até mesmo sair de Vaasa e ir até Damara. Mas eu jamais poderia imaginar por quê não saíamos dali.

Havíamos acabado de sentar acampamento no nosso novo local. Deveria durar umas trinta luas até que mudássemos de novo. Deveria.

Na mesma noite, começou a chover. E a chuva durou mais do que o normal. Não conseguíamos plantar, pois o solo encharcado não favorecia. Assim, os homens da tribo foram obrigados a sair todas as manhãs para caçar e colher. Meu pai não pôde ir, pois teve que dar assistência à minha mãe, grávida de nove meses. Ela sofria de dores horríveis antes do meu nascimento, algo que era incomum.

Na noite do nono dia, todos se recolheram, mas meu pai ficou acordado. Disse que tinha um pressentimento que sua mulher ia dar à luz naquele instante. Hoje, mais velho, penso que quando ele me contou essa história, acho que na verdade ele queria era que o sofrimento dela -- e dele, por consequência -- acabassem. Porém, isso não aconteceu. Minha mãe continuou a sofrer as estranhas e intensas dores, que a impediam até mesmo de dormir. Mas não a meu pai, que acabou por adormecer.

Foi acordado por um estrondo. Pensou ter sido um relâmpago em uma árvore próxima, e colocou a cabeça pra fora da barraca. Viu uma figura escura se mexendo por entre as árvores, como que procurando algo. Pensou em acordar todos com medo de ser um aventureiro, mas a figura permanecia ali.

De repente, a silhueta parou, mexeu um pouco a cabeça como se tivesse percebido algo, e começou a vir na direção de meu pai. Um frio correu pelas costas dele, e por alguma razão ele não conseguiu se mexer. A figura havia se transformado em um homem velho, mas forte, que parou na frente da cabeça já molhada de meu pai e disse:

- Será que o senhor não poderia me ajudar? Estou procurando algo muito valioso para mim que caiu naquelas árvores e se afundou na lama.

Meu pai não respondeu. Ficou olhando o homem por alguns segundos.

Uma explosão repentina jogou meu pai para trás. Ele ficou meio atordoado e estava meio cego. Um leve zunido subiu em seu ouvido. Alguns segundos e um cheiro de queimado invadiu a barraca. Assustado, mas cauteloso, ele olhou pra fora da barraca de novo e viu o homem carbonizado, com algumas fagulhas ainda em seu corpo, e algumas marcas pretas no chão. Ele havia sido atingido por um raio.

Então, meu pai foi até as árvores onde viu o homem pela primeira vez, e, sem muito esforço, achou um pequeno chicote de nove pontas. Muito pequeno pra ser usado como arma, seria uma espécie de amuleto. Quando se levantou, viu nas árvores dois números escritos: 10 e 19. Não entendeu porque, mas começou a voltar à barraca para dormir de vez.

Ao se aproximar da barraca, porém, viu que as marcas haviam sumido, assim como o corpo. Teria tido uma espécie de alucinação? Estaria ele sonhando?

Intrigado, entrou na barraca e dormiu.

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