25 de nov. de 2005

A Viagem da Cachoeira-Ducha

Com esse título, parece história de fantasia. O que é possível imaginar a partir dele... Bem, vamos lá.

Quanto estou no banho, um dos raros momentos de privacidade absoluta da vida, tenho o costume de ficar de costas para a parede de onde sai o chuveiro, inclinando levemente a cabeça para a frente, de modo que a ducha cai exatamente sobre a minha nuca e a água escorre pelas costas. Isso durante 96,48% do meu tempo de banho.

Porém resolvi quebrar essa rotina.

Me virei de frente pra parede e levantei o pescoço. Agora, a ducha estava caindo diretamente sobre a parte superior da cabeça, caindo para todos os lados. Achei aquilo divertido e resolvi controlar a água. Inclinei um pouquinho, mas só um pouquinho, para trás. A água começou a cair sobre meu rosto e meu peito. Depois, prum lado, e a água ia pro outro. Pro outro lado. E ficava brincando.

Eu devo ter ficado nessa uns dois minutos. E as partes mais legais eram quando eu inclinava a cabeça pra frente, de modo que a água voltava a escorrer pelas costas que tinham sido expostas ao ar por um certo tempo, me causando calafrios.

Depois, me virei novamente de costas pra parede do chuveiro, e ao invés de voltar à posição "normal" da cabeça inclinada para a frente, fiquei com o pescoço reto. E a água caía de novo sobre a cabeça. Mas dessa vez, eu não estava centralizado, por assim dizer, e um filete de água começou a cair para um dos meus ouvidos, até criar uma cachoeira que bloqueava a entrada de qualquer som, à exceção do prrrrr surdo que a própria água fazia.

De novo achei divertido e tratei de fazer o mesmo com o outro ouvido. Depois disso, eu conseguia distingüir três sons: o barulho da água caindo no chão do box do banheiro, estalindo (tac, tac, tac), o barulho da cachoeira dos ouvidos (prrrrrrrrr) e o barulho da água caindo na minha cabeça, que na verdade estava vindo por dentro dela e não pelos ouvidos (poc, poc, poc, como chuva no teto de um carro, só que abafado).

Me senti a própria montanha na qual o rio passava e formava cachoeiras e pequenos poços, pois sentia a água caindo pra todos os lados.

Como eu já tinha me lavado todo, era o fim da Viagem. Desliguei o chuveiro, abri a porta do banheiro -- tomando um vento frio e gostoso -- e saí.

Quadrinha com Néctar

Sou um grande imitador.
Minha melhor imitação
É um singelo beija-flor.
Quer ver? Preste atenção:

(Te beijo.)


6 comentários:

Gude disse...

Ok, mudando totalmente de assunto:

Quem no mundo será presunçoso o bastante pra dizer que sabe os caminhos de um coração?

Anônimo disse...

Isso parece coisa de música do Legião Urbana...

Ana disse...

1 - que fofa a quadrinha do beija-flor :)...

2 - aventuras no banho é algo, digamos... inesperado para se ler num blog. Mas interessante, porém :P! Pelo menos dá vontade de repetir em casa.

3 - parece mesmo! Mas, não, acho que ninguém.

Gude disse...

Rocks, realmente. Mas quando eu pensei isso eu nem tinha ligado uma coisa na outra... :)

Aninha, (1) obrigado! (2) Ah, mas a parte de ser inesperado é que faz ser legal... (3) E concordo!

Fadinha, you bitch. You're damn right. Mas acho que você quis dizer artérias e não aortas... E sou nerd sim... E citar um nerd é mais nerd ainda! hahah

mpwjeer para todos!

Anônimo disse...

Me disseram pra dar uma passadinha aqui... e vou até me redimir, no texto Tempos Modernos dei crédito a pessoa errada hehehe... Não sei se foi por humildade ou não, ele disse que não escreveu o texto.
Comecei a acompanhar os seus textos e estou adorando.

Beijos

Gude disse...

Hey, Heide M'lady. Obrigado pelos créditos! E seja muitíssimo bem-vinda.