25 de jan. de 2010

As Luas Pastoras - Faixa 2

Ao som de Enya - Caribbean Blue

A mulher desceu à Terra. Desceu em uma floresta. Pares de olhos pipocaram: eram elfos crianças. Ela caminhou em direção ao que parecia ser a luz de uma vila. Enganou-se. A luz vinha de uma outra moça, mais jovem. Olhou as orelhas: eram pontudas. A bela elfa disse:

"Eurus, Afer Ventus"

Aquelas palavras deixaram a mulher em transe. Sem que percebesse, as crianças saíram de trás das árvores e começaram a cantar. Faziam uma roda em torno dela. A mulher, em uma resposta instintiva, fechou os olhos. As vozes das crianças entravam em seu ouvido como uma cachoeira. As crianças a levaram para um campo aberto.

Eis que ela se viu em um lugar mágico. Fadas voavam. Ela olhou em volta: nada havia, apenas seres que ela pensava não existirem. Então ela se entregou à música, e da mesma forma que fez com as luas, fez o seu balé com os pequeninos elfos. Era uma coreografia perfeita.

A jovem elfa apareceu do nada. Disse mais algumas palavras. A voz dela era melodiosa. A mulher, ao ouvir a voz daquela elfa, quis levá-la aos céus. A elfa fez menção de não querer ir por um momento. Porém, a mulher pegou a mão da elfa.

Foram às alturas, sem que a música que as crianças cantavam ficasse mais fraca. Elas sentiam o coração flutuar. A elfa, logo que teve o privilégio de ver o mundo de cima, perdeu o suposto medo. A mesma luz azul que refletiu antes na face da mulher as envolvia. Elas voaram até as luas. A mulher largou a mão da elfa: naquele instante, ela hesitou, mas as luas eram tão belas!

As que antes eram duas, agora eram quatro. E o balé era perfeito. Mais ainda que o primeiro. As luas voltaram a cantar. Luzes dançavam, estrelas cadentes passavam como pássaros pelas quatro. As luas cantavam de maneira ainda mais bela.

A mulher então não resistiu: cantou com as três. As vozes eram como os acordes de um piano, porém mais suaves. Elas viajavam pelo céu, causando um efeito luminoso. As luas tomaram as formas humanas que haviam tomado antes: os cabelos das quatro se entrelaçavam de maneira que pareciam ser um só. Elas se cruzavam e se afastavam. O brilho era tal que em um instante foi muito forte...

(...)

Então a mulher percebeu que tinha que procurar abrigo. E seguiu seu caminho.

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