28 de jan. de 2010

As Luas Pastoras - Faixa 3

Ao som de Enya - How Can I Keep From Singing?

A jovem canta pelo seu amado. Espera sua volta. Sentada na cama, as palavras apareciam em sua cabeça. A melodia era inventada na hora. Caminhou até a janela e lamentou.

Da janela, ela via a praça. Um casal conversava. Ela viu o seu amado ali. A mulher, era ela. Instintivamente, continuava cantando. Sem perceber. Pensava e cantava.

Seus olhos remeteram à estátua: era a de seu pai. A espada que a estátua empunhava era brilhante. Olhou para o rosto da estátua: viu o seu amado. Sentiu dor no coração. A espada era realmente muito brilhante. A música countinuava. Alguém parecia cantar com ela.

Ouviu algo: era uma estrela cadente. Fez um pedido. Então, aquele cavaleiro que acabara de sair da estalagem começou a lutar com a estátua. Estranhamente, ela não sentiu medo. Ficara observando a luta. Sem parar de cantar.

As espadas, quando se encontravam, produziam faíscas, mas som algum. A luta, apesar de árdua, era suave. Os movimentos dos gladiadores eram lentos. Ela percebia tudo.

Até que o cavaleiro venceu a luta com a estátua. A estátua caiu de joelhos. A espada perdeu o brilho. Ela apertou contra seu peito aquela medalha. A estátua cáia morta no chão da praça. O cavaleiro deu as costas e foi embora. Seus olhos se encheram de lágrimas. A música era incessante.

Saiu da janela: na cama havia algo. Aproximou-se, e viu uma carta. Abriu: era o seu amado. Dizia que voltaria logo. Na janela, ela percebeu alguém. Teve vontade de fugir, mas foi interrompida pela suavidade do contorno daquela criatura. Sim, era ela quem cantava. A música adormeceu a moça. Dormiu em meio às suas lágrimas, pensamentos e versos daquele espírito.

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