10 de fev. de 2010

O Caixeiro Viajante - Parte 1/4

O título é batido pra quem fez o mesmo curso superior que eu. Mas a história é o que importa, então, vamos lá.

Era uma vez um caixeiro viajante. Desses que andam estradas e estradas vendendo suas bugigangas. Um dia, esse caixeiro passou em frente a um castelo. Quando viu o castelo pela primeira vez, o caixeiro pensou que fosse apenas mais um castelo, como todos os outros. Muros altos e um portão bonito, mas pouco atraente.

O caixeiro não quis entrar, a princípio. Mas, como se soubessem que ele estava ali, em frente ao castelo, o portão começou a abrir. Quando o grande pedaço de madeira desceu ao chão, encostando na outra margem do fosso que cercava o castelo, ele pensou que provavelmente eles estariam o convidando a entrar.

Sem saber porque, ele foi.

Lá dentro, o caixeiro se impressionou. Cercado pelos muros, haviam muitas barracas e aldeias no descampado do castelo. Muitos camponeses se reuniam em festa. Cantavam, dançavam e acendiam fogueiras. O caixeiro nada entendeu, pois apesar da pobreza aparente, os camponeses eram muito felizes.

Mais adiante, já perto da grande construção em pedra sabão que era o castelo, o caixeiro avistou uma pessoa na porta. Era uma figura toda em azul, que parecia esperá-lo. Ao se aproximar, percebeu se tratar de uma jovem, extremamente atraente. Ele se lembrou de uma de suas histórias ao olhar para a jovem. Quando se aventurou na região perto de sua terra natal, conheceu uma pessoa muito parecida com a jovem. Mas isso é uma outra história...

A jovem, quando da chegada do caixeiro, disse:

- Esperávamos você. Venha...

A voz dela parecia sumir no vento.

O caixeiro pensou estar sonhando. Como sabiam da chegada dele? Como sabiam que ele iria entrar? A voz daquela jovem...

À medida que entravam pelo castelo celeste - sim, pois ele brilhava como as estrelas e era de um azul profundo e sereno - ele foi ficando mais calmo e feliz, sem motivo aparente. Seria mágica? Ele já não entendia nada, mas sentia-se profundamente atraído por aquele lugar...

Eles chegaram a um portão, que tinha quatro faixas paralelas no meio: branco, azul, anil e vermelho. Quis entender o que significava aquilo. Foi quando os portões se abriram e, sem que a jovem falasse, ele entrou, como se já soubesse o que fazer.

Lá dentro, ele se surpreendeu. Viu três mulheres ainda mais belas que a jovem. Sentiu uma coisa intensa ao olhar para as três, mas não soube definir o que era...

Elas estavam vestidas com uma túnica simples, as quais deixavam seus belos corpos bem realçados. Cada uma tinha uma cor. E também uma idade, aparentemente.

- Eu sou o corpo - disse a jovem, que estava ao centro.
- Eu sou a mente - disse a velha, que estava à direita.
- Eu sou o espírito - disse a criança, que estava à esquerda.

O caixeiro reparou que elas se vestiam com três das quatro cores da porta: branco, anil e azul. Sem saber porque, perguntou:

- Onde está o coração?

As três se entreolharam e abriram um grande sorriso... Então, elas se recolheram à direita do salão, deixando à mostra a entrada de um corredor. Acima dela, havia um pequeno símbolo vermelho, que lembrava a figura de um cisne.

O caixeiro ficou surpreso. Não sabia como não tinha percebido o corredor antes. Não sabia o que fazer. Mas, instintivamente, ia em direção ao corredor. Começou a ter uma vontade enorme de atravessá-lo...

... mas hesitou.

Teve medo.

Então o caixeiro começou a pensar no que poderia estar se metendo... E resolveu parar. E agora ele pensa se deve ou não entrar...

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